A diretoria do BNDES
não para!
São interventores.
Não estão aqui para
servir ao BNDES, mas
para castrá-lo,
reduzi-lo.
Para criar
impedimentos. Como
deve ser assumir o
mandato numa
organização para
trabalhar contra
ela? Não é para todo
mundo, tem que ter
realmente
perfil para tanto.
É importante demais
registrar isso.
Porque eles não só
agem como inimigos
da instituição,
como trabalham para
normalizar o que
fazem. Propagandeiam
suas ações como se
estivessem dando
grandes
contribuições.
Escarnecem o
espírito crítico
e
a inteligência de
quem trabalha no
BNDES.
Vejamos uma última
ação desses senhores
da diretoria.
Propuseram um novo
Estatuto para o
BNDES.
Observem
o escandaloso
Artigo
9° do documento (ver
box
abaixo).
Com esse novo
Estatuto,
o BNDES está
impedido de qualquer
ação como o PSI ou
linhas de inovação.
Qualquer subsídio
terá que ser
explícito e aprovado
pelo
Conselho
de Administração.
Por que uma
administração do
BNDES cria uma
restrição adicional
à
sua operação?
Se o governo federal
entender que deve
fazer uma política
industrial mais
ativa, estará
bloqueado por uma
decisão da
diretoria. Querem
transformar seu
entendimento
ideológico em regra.
Como a ideologia é
antiação
estatal de promoção
da indústria num
país que está
vivendo um processo
de
desindustrialização
contínua, o
resultado é
desastroso.
Segundo o comentário
que circula na
internet
de autoria de
um dos diretores
do Banco,
o Estatuto é saudado
como
“um
dispositivo que
entroniza a
publicidade, a
transparência e o
espírito público que
deve sempre reger as
atividades de
qualquer empresa
estatal. Orgulho de
fazer parte desse
avanço!”
Do que
ele está
falando?
Essa diretoria é
sobre tudo menos
sobre
transparência.
Acabaram de impor um
Acordo Coletivo de
Trabalho
que
retirou
das
Associações de
Funcionários
poderes
para obterem
informações sobre o
Banco. Fizeram todo
o
tipo de
reestruturação na
AMC para viabilizar
uma estratégia
liquidacionista de
um instituto
histórico e
fundamental para o
BNDES. Prometeram
explicações para as
mudanças de
orientação e nunca
se deram ao trabalho
de
viabilizá-las.
As explicações que
forneceram,
introduzidas na
instituição pelo
ex-diretor
André Laloni, não
sobrevivem
a cinco
minutos de discussão
franca entre
os
técnicos do BNDES.
Não é difícil
entender
que o presidente do
BNDES seja incapaz
de
cumprir com a
promessa de fazer
uma discussão aberta
sobre o tema, ou
mesmo de responder,
em qualquer
seminário, uma
pergunta ao vivo de
algum
empregado
a respeito.
O que faz uma
diretoria que quer
ver a instituição
sobre
o seu comando
estabelecer
uma drástica
autolimitação
de suas funções?
Tivemos, talvez,
demonstrações mais
explícitas de
dirigentes de outras
instituições
públicas nesse
governo contra as
organizações que
comandam ou
comandaram. Os
presidentes do Banco
do Brasil em defesa
de sua privatização;
o ministro do Meio
Ambiente contra a
proteção do meio
ambiente; o ministro
da Saúde contra a
vacina e a ciência,
e por aí segue a
bizarrice de um
governo que
envergonha não só o
Brasil, mas a
própria forma de um
governo democrático
e republicano. Mas
temos nossa
contrapartida no
BNDES. Temos uma
diretoria à altura
do que é o
desgoverno
Bolsonaro.
O atual comando do
Banco é isso: a
expressão desse
governo dentro do
BNDES
–
e é tarefa de todo
mundo que tem
orgulho de trabalhar
aqui mostrar que se
importa;
mostrar que o BNDES
não é o lugar onde
você ganha a vida,
mas
a
instituição
a qual
você teve a sorte de
fazer parte.
A grande maioria dos
benedenses está
ralando como nunca
para que o BNDES
cumpra seu papel
nessa
pandemia. A maioria
assiste revoltada
uma administração
que continua
liberando seus
quadros para outras
instituições
e
ignora o apelo das
áreas que estão
sufocadas de
trabalho.
Infelizmente, todo o
esforço dos
empregados não pode
compensar o limite
que a atual
diretoria se impõe,
escancarado na
omissão planejada no
setor aéreo e no
desenvolvimento de
vacinas, na falta de
apoio à indústria
nacional e na
subordinação aos
interesses do setor
financeiro privado. |