O Comando Nacional dos
Bancários apresentou
ontem
(14), na Mesa Fenaban,
as cláusulas econômicas
e sociais da Minuta de
Reivindicações de 2020.
Os dirigentes sindicais
ressaltaram na reunião
que esperam que os
bancos apresentem na
próxima semana suas
propostas para a
negociação. A próxima
rodada está marcada para
terça-feira (18).
Entre as prioridades da
categoria, estão aumento
real, acima do índice da
inflação, pagamento de
Participação nos Lucros
e Resultados (PLR),
auxílio refeição no
valor de R$1.045,00 por
mês e auxílio cesta
alimentação, no mesmo
valor mensal.
Lucros
“Passamos a pauta e
queremos que eles
apresentem suas
propostas na semana que
vem. Queremos aumento
real e a PLR. Os bancos
sempre lucram. Mesmo
nesta crise, foram os
primeiros a serem
protegidos pelo
governo”, declarou a
presidenta da
Confederação Nacional
dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT),
Juvandia Moreira,
coordenadora do Comando
Nacional.
Juvandia ressaltou que
questões como as dos
vales refeição e
alimentação são mais do
que justas nesse
momento. “Quando o
bancário vai para casa
no teletrabalho, passa a
gastar mais. De agosto
do ano passado a julho
deste ano, de acordo com
o IBGE, a inflação dos
alimentos no domicílio
aumentou 9,7%, bem acima
da inflação geral, que
foi de 2,66%”, observou
a presidenta da
Contraf-CUT.
Direitos ameaçados
Os representantes da
Fenaban não responderam
às reivindicações
apresentadas, mas
sinalizaram resistência
às propostas da
categoria. Afirmaram que
os resultados dos bancos
caíram muito e que
algumas instituições
bancárias chegaram a ter
prejuízo. Sinalizaram
também que querem
discutir até mesmo
direitos já conquistados
pela categoria. “O lucro
dos quatro bancos que
divulgaram balanço no 1º
semestre do ano foi de
28 bilhões. Metade das
categorias que fecharam
acordo esse ano obteve
aumento real, os bancos
podem dar. E mais, os
bancários não vão
aceitar nenhum direito a
menos”, afirmou
Juvandia.
Outra reclamação dos
representantes da
Fenaban foi a
concorrência que os
bancos passaram a sofrer
das corretoras de
investimentos, como a
XP, que tiveram lucros
maiores. “Os bancos
ganham sempre, pois no
caso da XP, o Itaú é
dono de 49% da
corretora. É um setor
que não pode reclamar de
resultados”, destacou.
Cláusulas sociais
Nas cláusulas sociais, o
Comando apresentou
reivindicações como a
suspensão dos processos
de terceirização pelos
bancos; a criação de uma
comissão para debater,
acompanhar e apresentar
propostas em razão dos
projetos de mudanças
tecnológicas.
Também reivindicou a
isenção de tarifas e
cobrança de juros
menores para os
trabalhadores das
instituições bancárias,
proposta que os
representantes dos
bancos não manifestaram
concordância.
A Fenaban também evitou
discutir a proposta de
aumentar a estabilidade
de 24 para 36 meses
imediatamente anteriores
ao preenchimento dos
requisitos para obtenção
da aposentadoria. “A
categoria tem que
acompanhar essas
negociações, agora ainda
mais porque vamos entrar
em uma semana decisiva”,
avaliou Juvandia Moreira
sobre a atual fase da
campanha salarial.
Fonte: Contraf-CUT |