Editorial

Edição nº1405 – sábado, 14 de agosto de 2020

Confiança e unidade

Esta semana começa a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho de 2020. A proposta dos empregados é simples: queremos a manutenção do Acordo atual e a cláusula econômica que resultar da negociação dos bancários na Mesa Fenaban. A primeira demanda dispensa justificativa. Difícil será explicar qualquer tentativa de revisão do ACT de 2018 – em tão pouco tempo e, necessariamente, com tão pouco espaço para discussão.  

A segunda reivindicação simplesmente estabelece o que tem sido, historicamente, a prática das nossas negociações: a manutenção do salário relativo dos empregados do Sistema BNDES.  

Os empregados solicitam a manutenção do status quo. A administração do Banco não se preparou e nem preparou a Casa para propor algo diferente disso. Há varias razões para tal e a situação nacional pede concentração em outras áreas. É por esse entendimento que evitamos trazer novas demandas, como normalmente é feito, para a negociação. 

Tudo isso parece óbvio e não teríamos razão para nos preocupar com o resultado da negociação – não fossem duas circunstâncias: a interferência constante na administração do BNDES dos “homens do presidente” e a total inexperiência de uma área de recursos humanos que foi completamente reestruturada em seus quadros sem que qualquer justificativa fosse dada a respeito.  

Assim como erraram ao não mencionar a assinatura do Pré-Acordo na Negociação de 2018 – quando a compararam com o calendário de 2020 em comunicado da diretoria do Banco –, podem sofrer também por não entenderem a natureza das demandas por “normalização” vindas da Sest – Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais.  

O BNDES é uma instituição diferente, possui um grau de homogeneidade grande entre seus empregados. É uma construção institucional vitoriosa, seja pelas capacitações que reúne, seja pela cultura de honestidade e independência que precisa estimular. Quem entende o BNDES sabe explicar isso para Brasília. Sobram elementos para serem usados em defesa do nosso arranjo atual de incentivos. Possuímos uma estrutura de governança bem-sucedida, que até agora se mostrou resiliente às tentativas de desvio de finalidade na instituição – e isso deveria ser exaltado.  

Não obstante tais considerações, seria precipitado subestimar a capacidade dos colegas que assumiram a área de recursos humanos e injusto assumir que os executivos da Casa vão permitir a interferência indevida de assessores externos na negociação de algo tão importante quanto o ACT. 

A contribuição que nós – o conjunto dos trabalhadores do BNDES – podemos dar para que a razoabilidade predomine nesse debate depende vitalmente de uma condição: confiança na liderança das nossas Associações.  

A diretoria da AFBNDES deu provas, nos últimos quatros anos, de seu total compromisso com o BNDES e seus empregados. Precisamos mais do que nunca desse voto de confiança para que continuemos a agir como um único bloco de pessoas determinadas. Agem contra o interesse dos trabalhadores do BNDES os que semeiam tolas desconfianças entre nós. Precisamos do apoio de toda a comunidade benedense: ativos e aposentados, NM e NU, PUCS e PECS, “porta-joias” e anistiados.  

Quem quiser propor a fuga ao óbvio, ao razoável, apelará à desconfiança, à desunião. Apelará, eventualmente, à consciência social dos empregados do Sistema BNDES. É preciso lembrar que o que está em jogo numa negociação salarial no Banco não é a distribuição de renda no Brasil. O discurso de austeridade que tentam nos impor é, em última instância, o mesmo que quer diminuir o papel do Banco e até mesmo acabar com ele. Devemos combater essa ideia perigosa em todos os níveis. Enfraquecer nossa carreira congelando nossos salários faz parte também do “sucateamento” da instituição. 

E a perda de direitos, como nossa cláusula de estabilidade, apenas contribuirá para a piora (ainda maior) do clima de insegurança na Casa.  

Este ano nosso desafio será encontrar formas de mobilização em regime de teletrabalho (temos algumas ideias que em breve discutiremos, mas se você tiver alguma proposta nos encaminhe). Precisamos demonstrar de forma inequívoca o que a quase totalidade dos empregados do Sistema BNDES defende: a justeza da Pauta de Reivindicações encaminhada à administração do Banco. 

E faremos isto.

 

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