O jornal
Valor Econômico da
última segunda-feira
(16) traz como matéria
de capa um tema
importante para nós,
participantes do Plano
de Assistência e Saúde (PAS)
do BNDES, gerido pela
FAPES. A meu ver, os
pontos principais são:
1. Para enfrentar os
custos desenfreados da
conta dos planos de
saúde – oriundos do
aumento exponencial de
novas tecnologias em
exames e de internação
–, as empresas que
concedem esse benefício
aos seus empregados
tiveram que tomar
decisões difíceis:
trocar de operadora,
reduzir a rede
credenciada ou aumentar
a coparticipação dos
beneficiados.
Essa realidade já havia
sido observada pela
FAPES, pelo BNDES e
pelos órgãos de controle
das estatais há, pelo
menos, cinco anos,
gerando reações diversas
(como as normas da CGPAR,
que tentam soluções de
controle de gastos pela
redução de benefícios
para empregados e
dependentes). Os
participantes e suas
Associações demandaram
ser parte nessa
discussão desde a
criação das mesas de
negociação, há cerca de
três anos.
No nosso caso, a decisão
das AFs e da APA é pela
manutenção da nossa
autogestora (FAPES), com
quem temos diálogo, em
lugar de migrarmos para
um plano "de mercado",
no qual ficaríamos a
reboque dos reajustes
definidos pelo mercado.
Naturalmente, a pressão
dos representantes dos
empregados é no sentido
da redução de custos
para evitar o aumento da
coparticipação, enquanto
o patrocinador BNDES
quer soluções que, além
da redução de custeio,
evitem a escalada dos
custos das novas
tecnologias, que tiveram
um aumento médio de 17%
neste último ano. Em
alguns planos de mercado
o reajuste foi de 26%,
em função de suas
especificidades, como a
idade média dos
beneficiários.
2. Diante desse cenário,
empresas como Ambev,
Hospital Oswaldo Cruz,
GE, McDonald’s, Pirelli
e Santander passaram a
gerenciar diretamente a
saúde de seus
funcionários e
dependentes, gastando,
hoje, menos que há cinco
anos. A Ambev, que tem
75 mil empregados e
dependentes, gastou R$
350 milhões em 2014 e
hoje paga R$ 260
milhões.
As últimas gestões da
FAPES buscaram soluções
semelhantes, reduzindo a
estrutura administrativa
e de custeio,
pressionadas tanto pelo
BNDES como pelos seus
empregados ativos.
Campanhas para eleição
de membros do Conselho
Deliberativo falavam em
inchaço da máquina (como
provam as atas de
reuniões do CD).
3. "Essas companhias têm
em comum algumas
práticas: investem em
atendimento primário"
(como já recomendava há
anos o departamento do
BNDES que estudava
saúde, na esteira dos
organismos
internacionais), "têm
ambulatórios próprios,
fazem gestão de dados da
saúde dos funcionários,
criam convênios médicos
com uma rede credenciada
modelada conforme as
necessidades dos
empregados" (90% dos
benedenses estão
centralizados nas
capitais, onde estão a
sede e as representações
do Banco, mas fora daí é
preciso terceirizar) "e
arcam com procedimento
médicos de alto custo
não cobertos pelos
planos" de mercado.
Todas essas práticas são
adotadas pela nossa
autogestora FAPES há
anos e representam a
razão de seu sucesso em
manter-se competitiva
com seus congêneres de
mercado e atingir um
grau de satisfação
absoluto entre seus
usuários, como indicam
pesquisas, apesar das
recentes queixas, que
serão comentadas mais
adiante.
O uso de inteligência de
dados adotada pela FAPES
fez cair o custo com
exames em internações,
em alguns casos pela
metade. Naturalmente, um
processo dessa natureza
envolve aumento da
tecnologia, repasse de
custos aos conveniados e
alteração do perfil dos
atendentes, sem falar em
maior governança. Isso
em um universo de
usuários exigentes e,
corretamente,
acostumados a apontar
erros e pressionar por
soluções.
4. "O Santander, com 100
mil usuários, reduziu
seus gastos promovendo
alimentação saudável,
incentivo ao esporte,
vacinação gratuita e a
criação de uma unidade
hospitalar dentro da
sede. A Pirelli também
adotou ações para manter
a saúde dos funcionários
em vez de tratar a
doença (...)".
O esforço da FAPES tem
sido o de privilegiar a
prevenção em vez da
doença, incentivando o
uso do sistema de
médicos de família e do
fortalecimento de uma
rede de escolha dirigida
(que representa a
maioria absoluta dos
atendimentos), sem abrir
mão da livre escolha,
que é uma conquista dos
benedenses.
Diante disso, gostaria
de parabenizar os
colegas que vocalizaram
suas queixas em nossas
redes sociais, pois só
assim manteremos nossa
participação no
processo. Como foi
solicitado, todas as
manifestações foram
repassadas à FAPES, que
decidiu fazer duas
apresentações
presenciais em seu
auditório nesta quinta e
sexta-feira (19 e 20 de
setembro).
Creio que será muito
importante o
comparecimento maciço de
todos nós para esses
dois eventos, pois só
assim mostraremos a
força com que queremos
um plano de saúde que
nos cubra e a nossos
familiares. |