Editorial |
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Edição nº1363 –
quinta-feira, 19 de
setembro de
2019 |
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O BNDES e as
operações de
comércio exterior |
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Mais um
presidente do
BNDES, o quinto
num período de
três anos, que
entra no Banco
com mandato para
encontrar mal
feitos e
falcatruas, e
conclui que elas
não existem.
Nenhum
presidente teve
mandato mais
explícito nesse
sentido do que o
sr. Gustavo
Montezano. Seu
antecessor foi
grosseiramente
defenestrado do
cargo sob a
acusação, entre
outras, de que
tinha se
recusado a abrir
a "caixa-preta"
do BNDES.
Principal área
objeto de
calúnias, a
exportação de
serviços de
engenharia acaba
de merecer uma
nota oficial da
nova
Administração na
qual não consta
qualquer
registro que
justifique a
aplicação do
termo
"caixa-preta" às
atividades
realizadas por
empregados do
BNDES.
Claro que o
discurso do
presidente,
principalmente
as entrevistas,
merecem sempre
reparos
importantes. Mas
deve-se
reconhecer que
no final (se é
que foi o final
mesmo, e as
declarações da
esposa de
Eduardo
Bolsonaro
colocam uma
sombra
importante sobre
esse julgamento)
suas declarações
sobre o apoio às
exportações de
serviço foram
mais positivas
do que as feitas
por Joaquim Levy.
Há órgãos de
informação que
encontram
confirmação das
calúnias que
sempre
proferiram na
nota de imprensa
do BNDES.
Referem-se a
supostos sinais
de favorecimento
a empresas. A
evidência que dá
base a esse
raciocínio
viciado e
irresponsável é
que 98% dos
financiamentos
envolveram as
cinco principais
empreiteiras do
país. Mas há
perguntas que
precisam ser
respondidas.
Qual outra
empresa
brasileira
exportava
serviços de
engenharia?
Quais foram os
procedimentos
utilizados pelo
Banco que
demonstram esse
favorecimento?
Querem denunciar
o Estado por
apoiar o setor
privado usando
como argumento o
fato de que o
setor econômico
é oligopolizado.
Se queremos um
Estado capaz de
interagir de
forma
significativa
com o setor
privado, temos
que ter uma
descrição
minimamente
realista do que
é esse setor no
mundo
capitalista
prevalecente. Se
o Estado não
pode atuar em
conjunto com
empresas
oligopolistas,
isso quer dizer
que o Estado
estará obrigado
a se manter
irrelevante. O
que ignora a
sabedoria de
manual dos
doutores
liberais é que
"demonizar" o
apoio às grandes
empresas não faz
sentido algum. A
questão não é
apoiar ou não
grandes
empresas, mas o
que o Estado
cobra dessas
empresas pelo
apoio que
oferece.
Da parte da
AFBNDES e dos
empregados do
Banco, a tarefa
que permanece é
a de continuar
pressionando
para que a
verdade
prevaleça. Não
estamos numa
cruzada
corporativista,
mas numa cruzada
de
esclarecimento
da opinião
pública.
Continuaremos a
fazer reparos em
declarações
infelizes das
autoridades
máximas do BNDES
sempre que
julgarmos
necessário. Não
nos importa se
os comentários
agradam, mas se
os mesmos são
corretos e
pertinentes.
Explicando a
aplicação do
termo
"caixa-preta"
Havia alguma
base para o
BNDES ter sido
alvo da acusação
de
"caixa-preta"?
Provavelmente
sim. Sem entrar
em detalhes,
duas razões
podem ser
apontadas para
uma atitude mais
cautelosa com a
exposição de
dados das
operações do
Banco. Em
primeiro lugar,
o fato de que o
BNDES sempre
esteve sob
regulação do
Banco Central e
havia uma
controvérsia
sobre o que era
ou não
divulgável. Em
segundo lugar,
assim como
outros bancos
voltados para o
fomento de
atividades
produtivas, o
BNDES passou a
ser monitorado
por instituições
internacionais e
em certa medida
a competir com
bancos rivais em
outros países. O
caso mais citado
sobre o tema
foram as
disputas entre
Embraer e
Bombardier.
Natural que
muitos no BNDES
entendessem que
um maior grau de
transparência,
para além do
estritamente
demandado por
organismos
internacionais,
levaria a um
prejuízo
competitivo da
economia
brasileira.
Podemos
adicionar, em
espírito
autocrítico,
alguma aversão
burocrática por
exposição. Em
que grau isso
existia e qual
importância que
teve na
relutância em
abrir as
operações do
BNDES é difícil
mensurar. O fato
é que o BNDES se
submeteu ao
entendimento que
prevaleceu na
Justiça e na
opinião pública.
Vivemos numa
democracia, a
ação das
instituições
econômicas
brasileiras vai
enfrentar
questões que
países menos
democráticos
estão
dispensados de
enfrentar. Por
exemplo, na
China. Ok. É do
jogo. Se alguém
era ou é contra
o atual grau de
transparência do
Banco, bom, esse
alguém teve que
se resignar com
o atual status
quo.
Isso vem
acontecendo há
mais de cinco
anos. O Banco se
abriu, foi
investigado,
reinvestigado e
investigado de
novo.
Simplesmente não
há evidências de
mal feitos, de
esquemas de
corrupção. O
Banco não
mantinha um
maior grau de
sigilo no
passado para
esconder
falcatruas,
favorecimentos e
esquemas. Está
na hora de os
críticos, dos
céticos, se
resignarem,
aceitarem as
evidências e
deixarem o BNDES
trabalhar em
paz, porque o
país precisa
disso. Está na
hora desses
críticos se
juntarem aos
empregados do
BNDES para
denunciar os
demagogos que
encontraram no
ataque ao Banco
uma fonte de
popularidade
fácil.
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VERSÃO IMPRESSA |
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(arquivo em PDF) |
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AGENDA |
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O
PAS em debate
Após muitas reclamações
dos beneficiários do PAS,
a FAPES programou dois
encontros para
esclarecer dúvidas sobre
a rede credenciada e o
novo sistema de gestão
do plano. As reuniões
acontecerão na sede da
Fundação (Av. República
do Chile 230, 2º andar)
nesta quinta-feira (19),
das 11 às 13h, e na
sexta-feira (20), das
14h30 às 16h30.
Site –
A FAPES também publicou
em seu site, no dia 10,
uma série de
esclarecimentos sobre as
mudanças que ocorreram
com a adoção do sistema
eletrônico de gestão do
PAS.
Artigos –
O novo sistema de gestão
e os custos do plano de
saúde são tratados nos
artigos de
Luiz Ferreira Xavier
Borges e
Armando José Leal
nas desta edição.
Setembro Amarelo –
Como parte da campanha
Setembro Amarelo,
promovida pela
Organização Mundial da
Saúde (OMS), a FAPES irá
realizar no dia 30 de
setembro, das 15 às 18h,
no auditório da
Fundação, um bate-papo
sobre prevenção ao
suicídio. A psicóloga
Glauce Cerqueira Corrêa
da Silva, o psiquiatra
Antonio Leandro do
Nascimento, a assistente
social Débora Cristina
Oliveira da Silva e o
médico Ricardo Sebba,
gerente de Saúde
Corporativa da Fundação,
irão participar do
evento, respondendo
perguntas do público.
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