Especial 

7 de outubro de 2019

 

Ato dos empregados do Sistema BNDES nesta segunda-feira (7), às 14h30, no térreo do Edserj

Nota divulgada pela AFBNDES com pedido de esclarecimentos à direção do Banco sobre condução da BNDESPar

A Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES) está perplexa com a forma como tem sido conduzida a BNDESPar, o braço de participação acionária do Banco de Desenvolvimento. A preocupação não é exclusiva da AFBNDES, podemos dizer que tal condução tem deixado atônitos empregados experientes do Banco, inclusive executivos e, temos notícia, mesmo alguns diretores. As circunstâncias do afastamento recente de uma das mais respeitadas advogadas do Banco da superintendência jurídica operacional confirmam que a governança do Banco está sob sério risco e nos deixa seguros sobre a necessidade de demandar publicamente explicações.

Desde que nos chegaram informações sobre problemas na área, fizemos esforços para dialogar internamente, como fizemos normalmente nas quatro últimas diretorias do BNDES. Buscamos diálogo com a diretoria e com a superintendência da Área de Mercado de Capital (AMC). Alertamos para o problema no nosso jornal interno e em comunicação com os empregados. Infelizmente, não obtivemos qualquer resposta, qualquer sinal de intenção de dialogar por parte da atual gestão do Banco.

Se uma superintendente do Banco é afastada por não se dobrar a pressões que comprometeriam a governança da instituição, observamos, paralelamente, a manutenção de uma situação que parecia impossível no BNDES. Podemos afirmar que a AMC está sob o comando, na prática, de dois assessores externos (empregados não concursados do BNDES, indicados pelo diretor). Não há precedente para isso na história do Banco, onde todas as funções executivas, exceto as de diretor, são exercidas por funcionários concursados. Além disso, os cargos de chefe de departamento na AMC continuam em aberto pela dificuldade de se encontrar empregados do BNDES, especialmente que tenham experiência na área de mercado de capital, que aceitem as diretrizes e os procedimentos que foram adotados. As sinalizações são de que a atual gestão opta por saídas violando o conhecimento técnico do setor, como a preferência por utilização de venda de ações por “oferta pública” em casos que seria indicado a “venda em mesa”. A diferença entre as duas opções é que a primeira, oferta pública, implica em custos com comissões a bancos de investimento, além de um efeito de redução dos preços dos ativos vendidos. Por isso, ela é apenas recomendada quando o volume de ações a ser vendido é de um montante tão grande que a venda em mesa não se torna possível. Seja para vender ações do governo federal, seja para vender ações da BNDESPar, o que está em jogo é a responsabilidade com o patrimônio público.

Afirmamos também que a condução do diretor da área, André Laloni, é integralmente apoiada por Montezano, que tem, entre seus compromissos com o governo, a aceleração da venda das ações da BNDESPar. É importante lembrar que seu antecessor, Joaquim Levy, foi duramente criticado por não abrir a suposta “caixa-preta” do BNDES – como gostaria o presidente da República, Jair Bolsonaro – e pela insatisfação do ministro da Economia, Paulo Guedes, com a relutância de Levy em devolver os aportes do Tesouro e vender, na velocidade desejada por Brasília, a carteira de ações da BNDESPar. Levy insistiu em diversas declarações que elas seriam feitas respeitando critérios técnicos.

Infelizmente, somos levados a acreditar que, assim como no caso da “caixa-preta”, o compromisso de Montezano revela-se estar integralmente alinhado com os comandos do governo federal, mesmo que isso implique em ações que prejudiquem os interesses do Banco. Se no tema da “caixa-preta” ele não hesitou em permitir a instrumentalização político-eleitoral do BNDES, no tema da BNDESPar, a indicação é que também não hesita em desrespeitar critérios técnicos e executivos. É importante esclarecer que entendemos que o BNDES deve atender às demandas dos governos legitimamente eleitos e empossados e estar sempre aberto a aperfeiçoamentos, desde que sempre seja respeitado o interesse público. Dificilmente, esse prevalecerá quando se desrespeitam critérios técnicos e a governança do Banco.

Há a cobrança recorrente da sociedade de que os empregados do BNDES demonstrem vigilância sobre as decisões das administrações vigentes. Estamos suficientemente seguros de que explicações sobre a BNDESPar se fazem necessárias urgentemente.

Associações de Funcionários do Sistema BNDES

 

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